windsong

No último mês, mais especificamente desde que você foi embora, eu tenho "descoberto" muitas coisas. Na verdade, eu aprendi muita coisa. Aprendi sobre vida, relacionamentos, valores, solidão. Aprendi sobre pessoas e seus desejos, anseios e crenças - e consequentemente, seus medos. Aprendi sobre mim e meus verdadeiros desejos. Me conheci.

Me lembro de uma vez ter escrito sobre amor e ódio; disse que estes eram os únicos sentimentos que não eram temporários, algo do gênero. Bom, mantenho a opinião, mas dessa vez de um jeito diferente.
Acredito que amor e ódio sejam a mesma coisa. Acredito que só se é capaz de odiar se um dia você amou. Você só sente ódio verdadeiro do que destruiu o que você amava, seja uma pessoa, um lugar, um objeto, seja a própria pessoa "amada", seja você mesmo.

Eu não sou capaz de odiar, e não entendo muito bem porque. Eu sei sentir raiva, como todo mundo, mas jamais por muito tempo. Mesmo aqueles que destróem todo dia aquilo em que acredito, não são odiados por mais do que algumas horas. Não é falta de amor; talvez excesso. Tanto amor que não consegue virar ódio, talvez porque ainda esteja "bruto". Talvez porque eu ame ainda mais os tais destruidores. Talvez porque eu acredite em um mundo de pessoas boas umas com as outras, e ele começa comigo - não seria eu se parasse de acreditar em algo assim.

Digo e repito, o quanto as pessoas fazem o mundo.
Eu posso ser responsável por mudar o mundo de alguém, pro melhor possível, assim como alguém pode fazer o mesmo por mim. Mas ninguém faz. E eu não tenho permissão para fazê-lo.

Um "bom dia", um sorriso de um estranho, uma criança tímida agradecendo, um passarinho precisando de ajuda, um gesto de educação, um convite inesperado, um elogio sincero, uma pessoa ouvindo uma música que você gosta, um companheirismo verdadeiro, uma saudade e a certeza de matá-la ao final do dia.
Se só isso pode deixar o dia de alguém feliz, como pode alguém ter a imbecilidade de pensar que o que ela faz não muda porra nenhuma?

Estupidez tem limite.

Estupidez.