Foi uma madrugada interessante.
Passei-a lendo, lendo palavras de uma pessoa com quem nunca conversei. Lendo suas histórias, seu jeito, sua vida.
Cada texto seu poderia ter sido escrito por mim, mas nunca poderia; apesar de descreverem com bastante precisão meus próprios sentimentos, eu não conseguiria ter escrito daquele jeito.
Não é por não ser meu jeito.
É o meu jeito, também. Bastante parecido, na verdade... Com uma das minhas "faces". Não é como se eu pudesse separar meus lados e definir suas características, mas eu também sou aquilo. Aquelas palavras, aquele jeito... Não aquela vida, mas sim aqueles sentimentos. Aquela visão, aquela vontade, aqueles pensamentos.
Procurei pelos pontos divergentes da minha escrita e a dele. Não consigo chegar a uma conclusão que se pode explicar precisamente com palavras.
"Minhas palavras soam muito mais depressivas", diferença um. Não é que ele não tenha um buraco para cair; muito pelo contrário. Eu poderia dizer que ele também é depressivo, mas não é verdade; não se me tomar de referência. Ele tem o "algo", sempre teve; diferentemente de mim. Suas palavras, apesar de tristes, revelam uma... Vontade? Confiança? Não sei bem. É o "algo", o "algo" que nunca se vai - muito embora as pessoas mudem, decepcionem, alegrem. Sim, ele tem o "algo". Não sei bem onde me identifico tanto naquelas palavras, mas se assemelhar com uma pessoa como ele é, sem dúvida, gratificante.
"Sutileza", diferença dois. Não sei o quanto as outras pessoas veem, mas eu mostro muitas coisas. Tenho certeza de que, muitas vezes (senão todas), as pessoas não me entendem. Tem um post por aqui, de meses atrás, que fala sobre ninguém nunca entender tudo. É verdade, ninguém entende tudo o que eu falo e por vezes desentende até demais. Mas isso é algo difícil de acontecer na escrita dele; ele é direto, sendo indireto. Mesmo eu, que não o conheço, posso entender. Mas também não entendo. Imagino, mas nunca sei o que realmente acontece. Pego aquilo que se identifica comigo, e vejo suas palavras pela minha ótica.
"Simplicidade", diferença três. Escrevo demais, muitas vezes sem necessidade. Escrevo na tentativa de tornar claro, de explicar, de especificar o que estou transmitindo. É quase uma súplica por um entendimento claro. A maioria dos problemas, brigas e desafetos entre duas pessoas que se gostam vem disso: mal entendidos.
Continuarei tentando encontrar as diferenças. Me divirto, e é algo tão bom.
Eu sinto que posso escrever assim também.
Porque agora, eu também tenho "algo".
Eu pensei em deletar esse blog, fazer outro, mudar o layout... Mas não vou fazer nada disso. Não vejo mais necessidade de mudar algo daqui. Tudo isto sou eu, tudo isto é parte de mim.
E eu gosto de mim.
----
Clique-me.
É lindo, e extraordinário.
Sim, coisas extraordinárias acontecem.
"Não é surpreendente que o ser humano seja surpreendente." (professor de filosofia, dia da Mostra Cultural.)