windsong

Um aperto no peito, sensação de formigamento. Se meu coração fosse uma pessoa, ele com certeza estaria abraçando os joelhos e abaixando a cabeça. Foi assim que eu acordei no dia 23 de dezembro de 2011.
Olhei para o relógio. Ainda não havia dado duas horas da tarde; um pouco mais cedo do que o habitual para mim.
Me levantei, liguei o PC enquanto ia ao banheiro. Voltei, me sentei, olhei a janela. Observar o mundo acontecer tem sido muito mais interessante do que o que acontece por aqui. MSN, redes sociais, todo dia a mesma coisa. Nada realmente interessante; interações bobas, mas que estranhamente fazem sentir bem.
Nada na TV, nada no video-game, nada em lugar algum. Voltemos, então. À mente.

Então é natal.
Dói um pouco ser natal.
Por algum motivo, criou-se a tradição de festas. Festas por isto, festas por aquilo. Foi assim desde sempre, e não é de todo ruim. Festas são comemorações, motivo de alegria, felicidae, animação. Coisas boas.
Sempre achei tradições divertidas. Usar um gorro vermelho no natal, árvores decoradas de colorido, luzes pisca-pisca; ver o florescer das cerejeiras, dar o segundo botão da camisa, ampulhetas - ah, uma ampulheta!; abraçar alguém debaixo da planta, entrar para a Toudai, tirar a sorte e amarrá-la em uma árvore. Tantas tradições, tantos significados.
É ideal que se tenha um natal feliz. Com seus amigos, parentes, quem for; mas alguém de quem você goste. Supostamente, uma família se gosta. Supostamente, tem-se amigos de quem se gosta. Supostamente, tem-se motivos de sobra para ficar feliz.
Mas não é o que acontece no natal de muitas pessoas. Não porque não gostam da data; mas por ausência. Ausência daquilo de que têm vontade, ausência do carinho que gostariam de dar. Ausência do abraço, do gorrinho vermelho, da taça de vinho e das risadas bobas.
Ausência.
Mas sobra. Sobra de vontade de fazer, de abraçar, de desejar, de ser e fazer feliz.

É assim o natal de quem não está perto de seus amados.
Assim vai ser meu segundo natal sem ele. E o primeiro sem vocês dois.

E é exatamente o contrário disso que desejo.
Não desejo um natal assim para ninguém. Desejo que o natal de todas as pessoas seja feliz, independente do meu. O natal tem sua magia, uma magia da qual seria incrível se todos pudessem usufruir.
Não é que eu ame o mundo ou algo do gênero, mas tem um desejo, aqui dentro, genuíno de que tudo seja feliz, para todo mundo.

Feliz natal, sinceramente.

Merry christmas.