windsong

Eu não pensei que acabaria escrevendo sobre isso, mas...

Ultimamente, eu tenho pensado demais em mim. Porque faço o que faço, porque deixo de fazer, o que penso, do que tenho vontade e minhas atitudes sobre isso, meu futuro, meu passado e até mesmo meu presente; meus arrependimentos, minhas mágoas, minhas reações passadas sobre coisas das quais ainda me lembro... Tudo. Tudo que me ajudasse a "descobrir quem eu sou". Clichê, não é mesmo? Foi o que pensei também. Por quê estou fazendo algo tão clichê?
Já sei o suficiente sobre mim; até mais. Quando me faço todas essas perguntas, não estou procurando uma identidade... Estou apenas procurando "a coisa". Aquela "coisa" mágica, que muda tudo depois que a encontramos. Aquela "coisa" que vai fazer tudo ficar claro, que vai trazer a sensação de que era exatamente essa a peça que faltava e que agora o quebra-cabeças está completo - e não há mais nada a se fazer nele. Bom, eu não acredito que essa coisa exista. Pelo menos, não dentro de mim.

Obviamente, a procura inconsciente por esta "coisa" significa que há algo que desejo mudar. É verdade, há sim. Mas também não há...
"A falsidade verdadeira". Todos os dias, vivo. Acordo, escovo os dentes, faço coisas que me entretem, tomo banho, durmo. Em geral, não sinto nada. Não que meu coração seja frio; ele está quente como sempre foi. Mas está distante, como se eu o tivesse deixado em casa enquanto passo o dia fora. Eu sei de tudo que está com ele, onde ele está e que está lá, pois ninguém mexeu nele - nem mesmo eu.
É até mesmo natural não sentir nada. Às vezes eu me assusto com essa ideia, mas na verdade não há nada de assustador nisso. Por motivos que prefiro não pensar em quais, escondo sentimentos os quais evito lembrar que sinto, e sorrio. É um sorriso menos sincero? Do que certos sorrisos, sim. Mas não é menos sincero do que a indiferença de não sorrir. Tornou-se um "tanto faz" sem emoção. Essa é minha casca.

Mas é só a casca.

Para se proteger, meu interior a criou em torno de si. Ele permanece inalterado - é o que me contam meus sonhos. É o que me contam as situações criadas pela minha mente, vividas pelo meu coração quente.

Acabei criando segredos, de novo. São bonitinhos. Pelo menos eu os acho.

Limite - interior e exterior.